segunda-feira, 11 de abril de 2011

O tempo não passou.

O céu brilhava, o sol ardia, os pássaros cantavam e seria lindo se não fosse patético.


Calcei um all-star velho, um short marrom e blusa roxa. Baguncei o cabelo, pintei os lábios de vermelho e os olhos de preto e finalmente saí. Sem destino, sem rumo, sem documentos. Passei pela cidade da minha adolescência, ainda tinha o mesmo cheiro e aspecto, as árvores balançavam e a adrenalina que aquela cidade me ofereceu aos 14 anos era inesplicável. E lá, eu lembrei do meu primeiro cigarro, da primeira bebida, da primeira tristeza, do primeiro amor. Ai que nostalgia nojenta. Peguei minha carteira de L.A, o isqueiro prata e me afundei na fumaça. 5 haviam se passado, e as frustrações e medos eram os mesmos ... isso tudo é tão patético. Sentei em meio fio, e vi os carros passarem, parecia que em vez de nicotina eu fumava nostalgia. Tudo tão trágico, tão cômico. Eu passei 5 anos dizendo foda-se e empurrando os problemas pra debaixo da calçada, não seria agora que eu iria mudar tudo. Então, aceitei minha cretinice e fui embora, com 2 cigarros na mão, nenhum neorônio na cabeça e com lágrimas entaladas.

Super normal e rotineiro.

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